Uma enorme fila havia se formado diante de um caixa
no supermercado.
Uma senhora idosa estava pagando suas compras.
Atrás dela, encontrava-se uma mãe com seu filho de cinco anos
e um carrinho carregado de compras.
A criança impaciente empurrava com a força que tinha
o carrinho contra as pernas da vovó.
A primeira vez a vovó não disse nada.
A criança, no entanto, continuou a empurrar o carrinho
contra a vovó.
Ela então pediu ao menino, com delicadeza, para que parasse
com isso, pois a estava machucando.
Então a vovó já meio desesperada pede a mãe do menino
que intervenha e o faça parar.
A mãe responde meio agressiva:
"Meu filho querido foi educado com liberdade, pode fazer o que quer."
A vovó fica sem palavras.
E o carrinho continua a machucar as pernas dela.
Atrás da senhora com o menino se encontra um senhor que
escutou tudo isso com um pote de mel nas mãos, aguardando o
momento de pagá-lo.
Com calma ele abre a tampa de vidro de mel e derrama sobre a
roupa da mãe da criança e diz:
" Eu também fui educado com liberdade de fazer o que quero!"
O comportamento da mãe e da criança reflete um perigoso
engano que está muito presente no mundo de hoje:
julgamos saber quando parar, quando ultrapassamos os limites.
O corpo pertence à gente e todas as coisas que nos são disponíveis
e temos acesso e por fim, pensamos que o mundo também pertence
à gente e que podemos fazer o que bem entendemos.
Livres para fazer o que queremos pode se tornar num lema perigoso
para a vida.
Não conhecer limites coloca em perigo a vida dos outros
e a própria.
Vivemos e convivemos com outras pessoas e todo ser humano
precisa de limites e valores.
"Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade.
Mas não useis da liberdade para dar ocasião à carne,
antes pelo amor servi-vos uns aos outros."Gl 5.13
Este versículo descrito acima, relata sobre a liberdade avançada
que extrapola o equilíbrio.
Paulo falava à irmãos que não respeitava o limite do seu próximo
e se deixava dominar pelos seus impulsos.
Se quero ser respeitado e ter minha liberdade, também devo
respeitar o meu próximo e saber até aonde devo chegar.
Podemos comparar a um carro que tem toda estrada de uma
avenida para percorrer, diminuir a velocidade ou aumentar,
porém, há um sinal na frente que será seu alerta:
se a cor for vermelha deverá parar para esperar os outros
carros que irão atravessar.
Se não fizer isso, baterá nos carros, pondo em risco
sua vida e a dos outros.
Quer ser respeitado?
Quer ter liberdade como cidadão ou pessoa de Deus?
então saiba até aonde deve ir com sabedoria,
porque todos nós temos os mesmos direitos perante o Pai
e a Palavra de Deus.
Mas se invadimos e ultrapassamos os limites, como se o outro
não importasse, estamos deixando a carne aflorar,
pensando somente em nós e anulando nosso irmão.
Na verdade estamos nos amando mais e desprezando nosso irmão.
Infelizmente nossos ouvidos não estão muito sensíveis
para o que Deus tem a dizer.
Aí chega o momento em que alguém nos derrama um vidro de mel
sobre nós para lembrar que precisamos repensar a vida.
Deus realmente quer que sejamos livres, porque foi para isso que
veio ao mundo, para nos libertar do pecado e da morte.
No entanto, tenha cuidado de não usar dessa liberdade
para oprimir ou repelir aqueles que estão ao seu redor.
A coerência e o respeito andas juntas com o amor.
Nilma Coimbra